Prosa Poética

Volta amor...

o desejo é uma aurora no poema

do meu próprio delírio,

pois agora sinto tudo o

que as aves sentem com um sopro

dos ventos contrários.

 

Diz-me se vens hoje essência faminta,

contigo sou  o possível,

sou  a mulher das ondas infinitas,

sou a manhã,

sou o colo da tua noite,

sou o pássaro que sobrevoa os primeiros lábios

que tremem na solidão.

 

PELE

Esta pele que há em mim

pulsa 

o que por dentro eu sou

envolve 

mil eus que coexistem em mim 

numa paz -pólvora 

sempre pronta a explodir...

como mil pombas a esvoaçar pedaços de mim

num puzzle inacabado mas emoldurado

Orvalho

Quem me dera morrer no orvalho dos teus olhos.

Aqui me debruço

no limite do teu rosto,

procuro-te no excesso da neblina do meu ser

como se todos os olhares fossem meus.

Permito-me ouvir o leve respirar

do sepulcro silêncio do orvalho.

 

Gila Moreira 13/03/2014- Para ti Amor

O meu livro

Foi para ti que desfolhei ventos,

que rompi o meu olhar,

que criei todas as palavras perfumadas,

que cuspi as cores douradas.

 

Escrevi-te,

e no avesso das palavras

inventei-te,

acariciei-te,

Amei-te sem saberes.

 

No contorno da tua página

desenhei o céu,

na liberdade das minhas palavras

voaste em pedaços de papel.

 

Para te conhecer

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