Prosa Poética

SONHADOR

UM DIA PENSEI SER POETA.

ACHEI QUE SENDO POETA,

PUDESSE VER...O MUNDO MELHOR!

SENDO POETA, DESCREVERIA O AMOR.

AQUELE QUE FAZ SONHAR.

QUE FAZ AS PERNAS TREMEREM...

A MÃO SUAR!

O AMOR QUE FAZ O CORPO PEDIR,

QUERER SENTIR, O QUE O OUTRO TEM PRA DAR.

SENDO POETA, DESCREVERIA O MAR ,

COM SUAS PRAIAS DESERTAS, ÁGUA CRISTALINA.

OU ATÉ MESMO O BURBURINHO INCESSANTE DE PESSOAS.

DEITADAS AO SOL.

CRIANÇAS NA ÁGUA COM UM PAI A OLHAR,

CUIDANDO, PARA ELA NÃO SE AFOGAR...

Sentimentos

Sentimentos

 

São sentimentos mágicos que me deixam sem norte.

Não sou eu que poetizo,

és tu que emanas poesia quando estás presente,

és tu o poema.

 

Não são as sonatas , mas as pequenas sinfonias

de ti que desperta o Amor.

Mas, como poderei eu amar-te se estás ausente?

 

Sentimentos de recusa esvoaçam o meu coração

de te amar, é o verbo do texto onde me deito a sonhar.

Sentimentos de saudade endurecem as muralhas do corpo e

abalam o leito.

O Sorriso escondido

O sorriso escondido

 

Ignoras o amor nesse sorriso.

Porque tens medo de sorrir?

Porque tens medo de amar?

Porque te escondes atrás dessa Muralha?

 

Esqueceste o que é a acordar com quem te deseja e

te faz sentir desejado,

esqueceste a alegria de dois olhares em um só sorriso,

esqueceste dos beijos de lábios colados,

esqueceste de ti em mim em momentos mágicos,

dos momentos em que sentias amado.

 

Porque tens medo de amar?

Do que tens medo?

MEU ADEUS

GEME O ECO CONFUSO DE ALGUNS PACIENTES.

MISTURAM-SE NUM MISTO DE TRISTEZA E SAUDADES.

BOXES ANTES USADOS,

HOJE ESCONDEM GEMIDOS.

DOS MUITOS QUE AQUI PASSARAM!

A PISCINA OUTRORA...USADA COMO TERAPIA.

O TURBILHÃO...EM SILÊNCIO...

SILÊNCIO CONTIDO ENTRE NÓS,

SEUS ÚLTIMOS PACIENTES.

AINDA RESTAM OS FANTASMAS.

ESQUECIDOS NOS CANTOS ...

OS GEMIDOS DE DOR...

ESQUECIDOS!...

ENTRE OS CALADOS RANGER DE APARELHOS.

BICICLETAS, ESTEIRAS...

CALADOS...

NO VAZIO DO TEMPO...

NUM MUNDO DE ILUSÕES...

PERDIDA ESTOU.

SE SONHO COM O AMOR!

 E ELE  SE VAI!

EM BUSCA DE OUTRO?

TALVEZ...

QUE SINA ESTE AMAR!

EU NÃO SEI.

SE TE ACHEI PERDIDO...

SE JÁ O ENCONTREI!

MAS... AS ILUSÕES QUE VIVI...

JÁ SE FORAM.

POVOA MINHA VIDA, LEMBRANÇAS.

PERDIDAS, NO VAZIO DO TEMPO...

PERDIDAS.

Eu

EU

 

Dou-me ao abandono da escrita,

onde o não existir do papel esgota

as forças internas de mim.

 

Poetizar é viver dentro da vida,

é renascer,

é vasculhar o interno das entranhas

do fundo dos fundos.

 

Ler-me não é somente sentir,

é ver-me em palavras acalentadas

na chama da inexistência,

é magia das magias onde

eu sou o coelho e o poema a cartola.

 

Caldear todas as sílabas,

adjectivar o belo,

personificar o impossível,

Um dia...

Abro asas na noite escura e parto vestida de breu na busca do sonho esquecido que um dia se perdeu. Sou só eu e o céu, onde se escondem estrelas sem brilho, nos caminhos onde a alma um dia se escondeu.

Ao longe um murmúrio dolente, do meu rio entre fragas… tão manso e solto como a noite, tão livre e perdido…como eu! Amanhã, amanhã talvez a luz me encadeie o peito e um sorriso me vote a fazer sonhar.

Trago silêncios presos nas mãos que se abrem em busca vã. Trago mordaças rasgadas por onde se solta o grito mudo.

INVEJA X AMOR

UM DIA O AMOR BATEU,

EM MINHA PORTA E ENTROU.

NEM PERGUTOU SE ERA ALI...

QUE LHE QUERIAM...AMOR!

 

E LÁ QUIETINHO FOI FICANDO...

MINHA MORADA BAGUNÇANDO.

FELIZ! POIS É ASSIM...

QUE SE MOSTRA O AMOR!

 

MAS LÁ QUIETINHA ESTAVA,

UMA INVEJA MALVADA!

QUIS ELA ROUBAR O AMOR!

 

PRA FORA ELA FOI TIRANDO,

AS ALEGRIAS LEVANDO...

E MACHUCOU MEU AMOR!

 

RESTARAM AQUI AS FAGULHAS.

DESTE SENTIMENTO EM BRASA.

E UMA SAUDADE QUE ARRASA!

- Uma faísca de Amor -

- Uma faísca de Amor -

 

Uma faísca de Amor sobre o manto de pele nua,

pode incendiar todo o desejo e

beber nessa fonte fecunda e infinita,

despertará toda a inquietude da paixão.

 

No mágico momento, em magia da amizade

nasce  as garras fortes de Amar-te é outro paradigma, e

em boca – corpo em caos de boca emerge o beijo

entre o espaço de relaxamento prodígio da noite.

 

Rendida ao tacto em argila húmida e quente,

caldeamos suspiros e gemidos em partitura

vogal de ais e mais ais.

 

Pages