Se o sonho...
Autor: Machado on Thursday, 7 May 2015Se o sonho...
Se o sonho...
Aconchegar o amor
Quando penso nas nossas vidas,
Não sobra grande ilusão...
São histórias compreendidas,
Entre alegria, tristeza e paixão.
Como flor
Trouxe o vento teu perfume
Cerro meus olhos
Sonhei?
Sinto frio de saudade.
É tua ausência.
Falência múltipla de minhas ilusões.
Ainda há esperança!
É como uma criança este amor.
Teimoso... Gostoso
E é certo, não irá morrer.
Precisa de você.
Novamente sinto seu perfume...
E dele nunca vou esquecer!
Cadê você?
Porta grande fechada por dentro
da sala da vida que foge de mim
A mesa redonda de jarra ao centro
E o cheiro seco outrora jasmim
E a outra sorte ficou lá dentro
o coração louco no outro lado
Sala negra que encerra o monstro
bateu forte em final anunciado
Janelas fechadas de sonhos opacos
deixam passar fluidos de saudade
guardaram lagrimas dos olhos secos
em caixas vazias da continuidade
Já cá está... mais um! Já cá está... mais um!... Já cá está... mais um!!!!
Ninguém deve cruzar as pernas enquanto o sino bate a funeral!
E neste compasso metálico, repetitivo que fere as entranhas, passos lentos transportam a urna à ultima morada. Logo atras a família, reino do preto, olhos postos no chão, revivem memórias com a força ainda capaz dos corpos fragilizados, gastos no acompanhamento ininterrupto ao morto, na tentativa vã de inverter o fim. Tentam, avidamente, absorver todas as recordações que desejam perpetuar.
Eu e o meu medo às vezes falamos
na esquina da vida, escondidos no escuro
falamos tanto os dois no que não dizemos
encontramo-nos sozinhos em estado puro
Vamos tirando roupa no calor do silencio
pomos a alma a nu calados sem pressa
introspetivo poema da alma um prenuncio
fraqueza no escuro que ao medo se confessa
Mostro-te a ti meu medo quem sou eu
assim de corpo despido da alma nua
diz-me que somos todos uma parte do céu
e dou-te esta parte de mim sendo já tua
Não me julgues ainda
sei que sou a condenação
de ser eu.
Deixa que o meu tempo,
o tempo que eu não mereço
me envelheça e me condene
por ti, por todos
e pelo tempo que me dás.
Sabemos os dois
dos abraços adiados
e o vazio dos afetos que invento
fica suspenso
entre memorias perdidas
no tempo que eu te peço agora!