Rosa Dos Ventos

Põe a vida em movimento,

Rosa dos ventos.

Segue teu caminho ao relento,

Trazendo a vaga vida adentro;

Rosa dos ventos.

 

Nem os dias e as horas contam mais o tempo.

Nem a lua e o sol servem mais ao firmamento.

Tudo se tornou vago

Entre tua despedida e esse momento.

 

Pôs a vida em movimento,

E a minha no mesmo lugar.

Ébrio

Por mais que se prolongue a meu lado,essa tal de solidão.
No quadro pintado é a noite coberta de lágrimas, arte em si numa cegueira temporária.
Não bebo sozinho as mágoas com que me engasgo, escondido neste ponto de ruptura com essa tal de solidão.
Cada copo que bebo foste tu que me provocaste a pedi-lo, sabendo muito bem a minha fraqueza.
E eu bebo, um a seguir ao outro, ansiando o teu riso.
Riu-me da minha figura, olhando-me ao espelho, com essa tal de solidão.

Fome do tempo

A Oeste segue-me deleitosa
 
e vigilante
 
a vida transbordando de assédios
 
segurando a tirania do tempo
 
que me vence,veloz
 
devastando qualquer rota
 
onde caminho inseguro
 
rumo à eternidade
 
em trilhas magnificas
 
de silêncios evocados num lamento
 
que nem mais me conforta
 
 

Pages