INVASOR(A) DO MEU SONO

 

 

 

 

não me contenta o que constatei

 

ao longo do tempo

 

e que -por princípios- repudio

 

para resguardar

 

o que à mim se refere...

 

quanto a ti

 

-invasor(a) de meu sono

 

respeites a privacidade

 

em que à sós me recolho

 

como me convier

 

-que queres?

 

-quem és?

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Canto da liberdade

Canta, bem-te-vi o meu solstício,
dai graças de cantar, meu amor,
Vai! Canta, grita, e sem martírio,
canta minh’alma ou de quem for.

Vai como vento, e sem temor,
fuja da gaiola e bique o ar,
saboreie o vento duma flor:
assopro aquém ali ou do mar.

Sua vida não tem azar,
não tem noite, não gasta grana,
nenhum cansaço pra se estar,
apenas o canto que o afana.

Fait accompli

Consumou-se a noite num carrasco silêncio redundante e supérfluo
Tão melífluo quanto aquele breu perdido no cardápio do tempo dulcífluo
Tão pérfido quanto um lamento permutado por angustiantes uivos impudicos
 
Consumado o tempo alimentou as entranhas desta solidão indulgente

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