Os caminhos

Viajei por BRs em noites com muito brilho das estrelas que iluminavam a ida e volta e as duas listras amarelas paralelas,

Alguns trechos tinham teu rosto agarrado a cada estrela.

Em muitos quilômetros teu nome esteve dentro de mim, flashes contínuos

enraizaram se dentro da memória, promessas que se tornaram vazias, profecias, rodovias que levavam a nada,

próteses ásperas dentro do coração

sussurros teus a visitar meus ouvidos

permaneci soldado à paisana, para não ser descoberto pela frieza longitudinal do seu corpo suave que era meu

Nas profundezas de um instante

No vasto abismo de silêncios hibernam sussurros tão prolépticos
São como latidos de um eco tão irreverentemente esquiço e epilético
O defenestrar de cada gota oceânica fluindo no algeroz dos uivos herméticos
 
Num instante cada instante colapsa incógnito efémero e complacente
Açucara a tempestade de palavras tão intemporais e prepotentes
Desenha o periélio de cumplicidades amarando entre maresias reverentes
 
Frederico de Castro

SOL ENTRE NUVENS DE COMPUTADOR

Emana do ser alguns versos embaralhados, jogados guardados íntimos e ínfimos e átimos, átomos, atmosfera diante a grandiosidade de um mar de rosas, 
que possam cantar um mar de rosas lá fora junto com um dia claro sem gigogas plantas carnívoras ameaças mutantes brutamontes 
que devoram a mim e qualquer outros

ITINERÁRIOS DA CRIAÇÃO

 

 

 

1.

tento ser eu: o que sou

uma pista que me persegue

como uma fera arguta

perdida no labirinto

que se desvenda em mim

e faz-me percursos

no escalpo da pele áspera

 

2.

tento ser eu: o que sou

preenchido pela lã da alva

recortado na geometria do corpo

e envolto em flores ingênuas

que eu mesmo recolhi

para conduzir a vida

nos itinerários da criação

 

Halloween

Embalsamado, tão mumificado,
o homem enlaçado é engraçado.
Ele veste mil faixas e vai dormir,
já a bruxa, o enfeitiça e faz cair.
Seja nas tentações ou no papo,
o dorminhoco é otário, é fato.
Acredita no pós-vida e em Toth:
‘’O que está em cima, está no calote’’.
É um mero faraó enganado,
diferente do fantasma datado.
Faz ‘’bu’’ no meio da madrugada,
assusta até a velha encalhada,
pelo menos não é a dona morte,

O AMOR SEGUNDO DROSÓFILA

Ser o que os deuses quiserem... aurora boreal!
E esses sorrisos de neve seriam pra mim?!
Um noticiário fala de mais uma Juliana!
Camadas, gemas, células, claras, 'larvas' sociais...
A camada mais pobre e a clara dos ricos
Ricos não comem ovos... uma ova, ovas em caviar!
Zuuum-zuuum...zuuum e zum!
Y assado pasam lós días
E 'Drosófila' segue em seu voo de asas leves
que dá impressão de que sua vida é fácil durando só um desses 'días'!

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