RAÍZES DE MIM
Autor: FERNANDO ANTÔNI... on Tuesday, 2 August 2022
raízes de mim
vapor de essências
mas não me calha a indiferença
do estar no mundo negligentemente
diante do que sofra ou alegra
porções de mim
íntegro e desintegrado
com feitio de bárbaro relevo
destinando-me o clamor dos lírios
fluido exigente que sou
exalando um jorro incontinenti
como um cântaro derramado
que me assola irremediavelmente
-camurça de dor
ou urro de abrupto langor?
poemas da razão
Autor: António Tê Santos on Tuesday, 2 August 2022lamento aqueles que gastam os dias a alimentar os seus desgostos; que erguem uma balaustrada para os seus desejos através dum comportamento anacrónico; que investem em sentimentos agoirentos para construírem o edifício mórbido do seu futuro.
A MORTE
Autor: Madalena on Tuesday, 2 August 2022A MORTE
A morte não é rival.
Ela sempre traz uma desculpa, foi por isso, foi por aquilo.
Mas, na verdade às vezes com a morte, abre portas, alivia o peso, acabe o sofrimento enfim... Nasce novos sonhos para quem ficar. E, para alguns é muita tristeza, mas, para ouros libertação total. Então, assim como a vida; tem dois lados, um bom e um ruim; A morte também tem: o seu lado bom e o lado ruim.
Em qualquer circunstância ela é assustadora e passando-se os dias bem-vinda!
poemas da razão
Autor: António Tê Santos on Monday, 1 August 2022revolvo a mente para capturar as suas protuberantes avaliações quando investigam as querelas mundanas e os seus brados furibundos; quando patenteiam o aparato que inflama a opinião geral e os seus nocivos desempenhos.
Cansaço
Autor: Reirazinho on Monday, 1 August 2022Estou cansado, mas espere
Não de mim, mas da tristeza.
O subterfúgio que fenece
A amálgama da beleza.
Sou grato por tentar sorrir,
Bater meus pés na terra...
Só que lá os grãos infectam,
E brota uma lágrima e outra...
Penso ‘’nuvens devem ser’’,
Mas a chuva é interna,
O tempo é ruim de se ter
Quando ela parece eterna.
poemas da razão
Autor: António Tê Santos on Sunday, 31 July 2022não me incorporei numa monótona formatura para que o agasalho dos meus rogos pudesse dilatar as ternas emoções; e para que o meu salubre comportamento assomasse num oásis redentor.
Bala perdida
Autor: Reirazinho on Saturday, 30 July 2022As balas, no fim, berrarão.
Vociferará o vinho do corpo,
E o asfalto cansado, apreciará.
No fim, o ferro mais resistente
Perfurará o ferro de dentro:
O essencial vermelho sangue
A nadar nas delícias da morte.
Os apitos irritantes chegam,
Dado o presságio do corpo:
Uma festa; levam o cadáver
Para um local melhor.
Sem dor, medo ou injustiça.
O brinquedo do homem
Dispara ódio e preconceito.
Até quando? Até quando
poemas da razão
Autor: António Tê Santos on Saturday, 30 July 2022soçobra a verdade quando as quimeras se depositam no cerne da astúcia e da fraudulência; quando os desenganos se transformam em gumes perfurantes; quando recrudescem as ovações falsas e as vergastadas truculentas.
AFAGO DE AFRODITE
Autor: FERNANDO ANTÔNI... on Saturday, 30 July 2022
nasce na córnea das sombras
o rufar de planícies sonolentas
sobre
a trilha
dos anjos
vigora nesse instante
uma pausa de fresco silêncio
um acalanto de pedras
soando soando singelas
como uma reverberação
de vozes
no alcance
de meus desassossegos
atingindo num ímpeto
o sopro das pétalas de setembro
(transeuntes ocasionais
dessa elegia)
que
-implacável véu
transborda-se em mim
como um inefável prelúdio
afago afável de afrodite