Fantasia

MONÓLOGO DO POETA

MONÓLOGO DO POETA

Olá o que estás magicando e vendo?
Vai-te embora poeta com ar perverso?

Olha vai tu……..
Vou para aonde? Aqui vou escrevendo,
voando no verso…

Fraca desculpa, não é razão absoluta!
Anda, sai, vai para o teu Universo.

Olha vai tu…
Nesta persistência que persiste,
nas frases gastas, o poeta está nu…

A sombra

Na ausencia da sua sombra
oculta o segredo iluminado
dança na luz tenue da rua
suspenso gesto de magia.

Sob o cheiro azedo da espinha
conduz o gato preto que mia
nas curvas graves da melodia
da lata que rebola no beco.

O homem mero vulto disforme
deixou a sua sombra sozinha
aventura-se no portal entreaberto
através da alma da sardinha.

Algures afogada no mar alto
quase morta  ao lado da lua
nas escamas sob o sapato,
já no outro mundo e sozinha
a sombra devorou o gato.

Assimetrias...

Quando percebi a acalmia
 
abstraída em vagas respostas
 
que fluiam na anorexia do tempo
 
apenas alimentei a fartura
 
da minha livre contestação
 
com respostas 
 
que nunca soube de cor
 
 
Fiquei exitante
 
depois de adormecer, amadurecidas
 
aquelas nossas assimetrias desenhadas
 

O BRUXO

Eu sou o vetusto mago
Que nas medievais histórias,
Desejou com seus feitiços
Jamais fugir das memórias;
Com suas palavras mágicas,
Seu místico caldeirão
Causar terríveis assombros
À descrente multidão!

Eu viajo pelos ares
No dorso de meu dragão!

Em meu castelo em escombros,
Pelas trevas envolvido
Sou arisco e arredio,
A luz da aurora me enfada,
Eu sou igual aos devotos
Que enxerga a glória no nada.

Às vezes, troco beijinhos
Com Dafne – a linda fada!

Recados Etéreos

Perturba o silêncio dentre a noite vaga

o ruído dos que perfuram astros.

Mandam recados em forma de pó de estrelas.

Quando caiem sobre as casas

a meia luz, a meia noite

se contorcem formando letras.

Do telhado se avista:

Inunde nos sonhos dos que

desejam a luz do sol pela manhã,

a serenata da paz plena.

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