Entrar no frio
Autor: Jonas Paul on Thursday, 23 January 2020Entrar no frio
Entrar no frio
"A arte termina na forma, mas é na emoção que começa."
FERREIRA, Vergílio “Arte Tempo”, edições rolim
Fúlmen, Plutão, borrasca, saraivada,
Taranis de Lucano que abalroa.
Alopsíquica, norte, eixo ou genoa?
Voragem insana que insta a mente alada.
Na fímbria dos meus dedos, quente, ateada,
Ela freme, no enlevo, ábsona soa
A toada, como intrínseca garoa,
Incoa a reivindicar voz n'alvorada.
Geometrizo-a em criação ilocucional,
Adstrinjo-a, tecnicizo-a em fria escansão
Aflo a sublimidade com a qual
"O destino marcou-nos com o sinal dessa procura e em todos os recantos de existirmos ele se manifesta."
FERREIRA, Vergílio “Arte Tempo”, edições rolim
Marmórea a Mnemosyne, eu nua em espuma
Impoluta, fremente ranjo os dentes,
Mordo arrepsia acerada qu'entrementes
Implexa, me atordoa. Imerjo enquanto uma
Bússola me evanesce e mais nenhuma
Efígie reverbera tão fielmente
Senão uma rosa branca, e de repente
Dissolvo-me - sou cinza que avoluma.
"Deus fez-nos cheios de buracos na alma e o nosso dever é tapá-los todos para navegar."
Vergílio Ferreira
Nem Píramo nem Tisbe ou o pote d'ouro
Após o arco-íris, como combustível
Ou o declinante Hyperion do Keats crível
Qual gnose dum mirífico vindouro?
E nenhum barlavento haure fulgor
Ou estro, qual vão lirismo incognoscível.
Talvez o Endymion porque imarcescível,
Assim invicto em confluir ou a fé que for.
"Ser forte à custa alheia é ser fraco à custa própria."
Vergílio Ferreira
Sitiados nas masmorras da existência
Atirados com força à pedra dura
Multidão emparedada não murmura
Antes grita muda à geral anuência.
Catacumbas de sonhos na eminência
De esvaecer, aluviadas n'amargura
De tudo o que de belo se afigura
Intangível - delíquio, sobra ausência.
Óbice, abnegação ou ádvenas desígnios?,
Dos tantos apartados ao anseio d'âmbar,
Todavia há inescrutáveis ortos ígneos
Ser Lusitano
As águas extravasaram o leito,
As feras desceram à cidade,
Mas do ilustre Lusitano peito,
Ouviu-se o grito da Liberdade.
Todos os Deuses se reuniram,
Bruxas e demónios acorreram,
Do ilustre peito Lusitano saíram
Gritos dos que não se submeteram.
Nos mares, Sereias se calaram,
Temendo tamanho terror,
E até Musas se resguardaram.
Exaltou-se ilustre peito Lusitano
Enfrentando, sem qualquer temor,
O Mostrengo em pleno Oceano.
Onde está você menina...
Que um dia vi na janela?
Pra mim, a moça mais linda!
Dentre outras, a mais bela!
Sonho de adolescente...
De um tempo bom que passou!
Talvez a saudade em mente...
Da sedução do amor!
Será que de fato existiu!?
Ou quem sabe não surgiu...
De uma paixão desconhecida!?
Me vem a mente a mesma tela...
Emoldurada por janela...
De um amor despertando pra vida!
(Autor: Divacy Lemos)
Se eu apenas um dia...
Dedica-se a você!!
E os outros como seria...
Sem você no meu viver!?
Se eu apenas um dia...
Falasse pra ti: eu te amo...
Confesso, não viveria...
Se dois em um é o que somos!
Tu és mulher: vida minha...
Sempre a minha menininha...
Amada...o sonho meu!
És o Sol na minha vida...
E todo dia querida...
Serei sempre o homem seu!
(Autor: Divacy Lemos)