Soneto

Manuscrito no tempo

– É longo o trajecto que deixei entregue ao passado
 
Tropeçando minhas lembranças num atalho intemporal
 
Onde projecto meu currículo de paz  e amor abençoado
 
Servindo o vinho doce degustado em fontes de prazer sideral
 
 
– Tomei as cores do tempo só pra mim
 
Inventei mil paixões tão tamanhas e platónicas
 
Desfrutando gota a gota um cálice dos mesmos sabores
 

MATER DOLOROSA

Mater Dolorosa

Jamais uma qualquer mãe deveria
Aos filhos que são seus, sobreviver!
Não há coisa mais triste que morrer
Aquele ser a quem deu vida um dia.

Ao momento supremo de ser mãe
(Aquele que sentido dá ao amor)
Sucede tal instante de temor
E sucumbe de si muito também.

São estas mães de coração partido,
P’ra quem a vida já perdeu sentido,
Que ganham logo o seu lugar no céu.

Elas com sua mágoa fazem jus
À Mãe que pranteava aos pés da Cruz
O Filho que por todos nós morreu!

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