Soneto

Sonhos ! São como nuvens...

    Sonhos! São como nuvens...

 

Gosto de olhar o céu! Ver nuvens brancas 

de algodão macio !Palácio de almas !

Descobrir as sombras que vão criando,

Com raios de luz que as vão trespassando !

 

Ora há cabrinhas, imensas! E alvas !

Ora há  princesas, chorando, cativas.

E monstros horrendos que as vão espiando.

Ou flores belas... se vão esculpindo !

 

Assim são os sonhos...tal qual as  nuvens!...

Nascem, são reais...parecem credíveis !

Mas o tempo diz que são perecíveis.

 

Amor juvenil

          AMOR JUVENIL

 

Naquele recanto de flores, escondido, 

Calados...tão ternos e embevecidos,

Namora um casal de olhar esquecido

Ignoram passantes...d' amor perdidos !

 

Belo, o amor juvenil !... Arrebatado !

Mãos dadas e olhos que se entrelaçam !

Fogo primaveril...de tanto agrado...

Fantasias e sonhos...fecundados...

 

Nesses amores de pura poesia,

Derramam-se lágrimas, tão sofridas !...

Ficam no peito as primeiras feridas !...

 

Amores vibrantes, de doce magia...

D' encantar ! ( Convite à visita )

      D' encantar !   ( Viana do Castelo)

 

Subam o monte num dia luzente.

Avistam o mar imenso !... Bramoso !

Abraçada ao monte, a cidade e a gente,

Altiva ! Vaidosa !... E tão calorosa !

 

Entre serra e mar, nasceu fulgurante !

Ornada de cor e brilho pomposo,

Fragrância a flores, descida do monte,

Vestida de luz, dourada e quente !

 

Quem em Agosto por ela passar,

Vê-a risonha ! Em pompa ! A brilhar !

Com toda a sua gente alegre e a bailar !

 

Uma cidade bela, de encantar !

O moinho

Corpo redondo, olhos pequeninos,
no cume da serra de braço a girar
ao sabor do vento, cantando hinos,
sem preguiça... sempre a trabalhar.

Lado a lado com o seu amigo,
elabora a farinha e canta crente,
ser capaz de fazer de um grão de trigo
o fim da fome que mata tanta gente.

Assim passa a noite o redondo moinho,
dando guarida ao moleiro, que sozinho,
luta na noite ora a trabalhar, ora a vigiar

Pintura estragada !

    Pintura estragada !

 

Minha mente pintou um quadro lindo !

Pleno de flores e meninos rindo

E searas loiras bailando ao vento !

Num canto ermo, ouve-se um lamento !...

 

Pintei estrelas vivas, a piscar.

O pó de um cometa , o céu a riscar.

Luar prateado a iluminar !

Numa casa fria...alguém a chrorar !...

 

Minhas pinturas tão bem inspiradas

Onde celebro a beleza de Maio,

Por que surgem nelas cenas magoadas !?

 

Hei-de esboçar e criar com paixão

Vendaval na cidade

        Vendaval na cidade

 

   As nuvens choram copiosamente !

   A chuva alagou e já corre um rio

   Descendo a calçada tão velozmente .

-- Que incomoda o rio se eu sorrio ?!!!

 

   O vento que sopra, parece vivo !

   O trevo verde do jardim em frente

   Baila caótico, em rodopio.  

--Que incomoda o vento se estou contente ?!!!

 

   E vou olhando através da vidraça.

   A chuva abrandou. E não fez desgraça.

   O vento amainou. Foi noutro sentido.

 

Preciosos diamantes

Como bagas amadurecidas pelo tempo
Tocando meus lábios com delicadeza
Serão teus beijos meu puro alimento, com certeza
E em tardes primaveris etéreo passatempo?!

Pelas rotas íngremes do meu coração
Serão teus beijos a mais viva chama
Em noites frias, à meia-luz na tua cama…
Acalentando a minha alma com emoção?!

Como um jardim ao radiar da aurora
Serão teus beijos luzentes de inspiração:
Gotas de orvalho escorrendo em minha língua com satisfação?!

A um amigo

Em meu palácio brilha uma chama
No silêncio da minha janela passa o vento
Que por teu doce nome clama…
Oh, que turbulento!

Em meus aposentos de ternura te invento
Sobre lençóis dourados, na minha cama
Onde a vela da fantasia derrete como num convento
E um Deus belo beija uma Dama!

Pelos trilhos silenciosos do encanto
Tropeço nas pedras rubras de um desejo
Enquanto a Fénix renascendo revejo…

Pages