Tristeza

A Queda de Narciso

O esporo da beleza soprado em sua face

Foi levado pelo vento que o mesmo trouxe.

As luxuosas vestes que coroavam seus caminhos

O deixaram nu por dentro.

Desolado, entrou em seu casco inútil

Mantendo o sorriso dos que mereciam.

Foi levado por Morfeu

Para o pior de seus castigos:

Conhecer seus próprios sonhos.

 

Não era o seu fim

PRESO NO PASSADO

PRESO NO PASSADO:
 O QUE TEM DE ERRADO COMIGO
 QUE NEM POSSO SER SEU ABRIGO
 NAO POSSO TE AJUDAR
 A SUPERAR
 O SEU AMOR PASSADO
 SE VOCE ESTA ACABADO
 POR QUE INSISTIR
 EM NAO GOSTAR DE MIM
 POSSO SER UMA PESSOA LEGAL
 SO MELHORAR O ASTRAL
 SO ME DAR UMA CHANÇE
 DE FAZER A DIFERENÇA NA SUA VIDA
 QUE ESTA TODA DESTRUIDA
 POR CAUSA DO SEU AMOR PASSADO 
 ESTA SE SENTINDO MAGOADO

Mensagem dentro de uma garrafa

Dentro de mim é um mar de águas calmas,

Que só revelam agora os destroços dos navios que naufragaram na tempestade de ontem.

 

Fechou meus olhos e vejo a maré baixar.

Mais naus destruídas aparecem,

De anos passados

Encobertas por um mar límpido.

 

Os destroços pontiagudos

Eram de uma boa nação

Que investiu em novas descobertas

E nada descobriu senão a ruína de sua volúpia

De tudo querer descobrir.

 

Eis meu Mar de Camões

Cujo sal é das lágrimas

Não de Portugal

No eco da desolação

No eco da desolação

 

Por uma intolerância

Em um país esquecido

Sobra ignorância

Jovens e crianças sonho consumido

Labaredas de fogo limpa a terra

Grandes em potencial

Artifícios de guerra

Não cura as feridas e nem sara

O mal

Refugiados longe de sua terra

Em cada estouro, se não for químico.

Ainda ha sorte

Sofrimento é apenas o estagio

Morte

Trabalho apenas sua ambição

Absoluto interesse dinheiro

Poder

Não ha humanidade

Amor, coração

Tempo

O tempo por vezes não tem tempo, não tem escala, as noites duram anos e os dias mares.

Eu queria ter tempo para voar nos teus braços, contar as horas dos teus abraços, tomar o gosto de uma só noite e viver um só dia.

Mas tenho apenas tempo para sorrir e chorar no fundo de coisa nenhuma.

Miguel Sousa Santos

15:37

27/05/2018

 

História de uma carta

Achei uma carta chamada anônima
Jogada num canto de uma casa abandonada
Fui lendo no meio da estrada
Quanto mais eu ia, mais eu ficava
Me prendia na carta daquela casa abandonada
No meu rosto escorria uma lágrima
Na palma da mão uma carta
Na outra mão um vazio
Sinto por dentro um frio
No meu corpo dá calafrio
A história de um amor sombrio
Quem viveu, que sofreu, quem sentiu
Mais um casal que partiu
E ela já não está mais aqui
A casa abandonada era minha
E a carta fui eu quem escrevi

Agonia

Sensação,
de que tudo é vão,
somente o olhar,
que não olho,
o sentir,
que não sinto,
tolda uma razão,
aquela que do mundo,
é perdição.
Perdido, grito presente,
consciente, faço-me entoar,
um verbo fingido,
dum estar.
Um engano,
um pranto negro,
num olhar brilhante,
que atenua a cada dia,
em enredo cessante.
É assim, um som,
um toque, uma criança,
um esvoaço dum olhar,
dum sentimento,
exasperar,
dum estado sem teoria,
para um respirar,

Sensação

Sensação,
de que tudo é vão,
somente o olhar,
que não olho,
o sentir,
que não sinto,
tolda uma razão,
aquela que do mundo,
é perdição.
Perdido, grito presente,
consciente, faço-me entoar,
um verbo fingido,
dum estar.
Um engano,
um pranto negro,
num olhar brilhante,
que atenua a cada dia,
em enredo cessante.
É assim, um som,
um toque, uma criança,
um esvoaço dum olhar,
dum sentimento,
exasperar,
dum estado sem teoria,
para um respirar,

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