Tristeza

ONDE EU MORAVA (LITERATURA DE CORDEL)

 

               Onde Eu Morava.

                                            Cordel.

                                   Guel Brasil.

 

No terreiro uma paiada

Onde o gado ruminava,

A palma que engolia;

E onde papai descansava,

A súplica do seu olhar

A súplica profunda dos seus olhos,
Denuncia a tua fraqueza interior,
Seu olhar frio e sem ternura irrompe...
As barreiras da bondade.

No âmago dos seus pensamentos,
Há um mosaico de emoções desencontradas,
Fervilhando ardorosamente,
A ponto de submergir nas angústias.

Medos e objeções,
Fazem parte deste rogo,
Um verdadeiro calvário,
A marcar ferozmente a alma.

O Passado

O passado cura
Mas, muitas vezes entristece
Quando faz lembrar uma altura
Com alguém que não se esquece
 
Alguém que nos deixou
Sem dizer qual a razão
A nossa vida marcou
Seja no passado ou não
 
Por muitas vidas passei
E muitos romances vivi,
Mas, amar nunca amei,
Como te amo a ti
 
Muitos personagens encarnei,
Milhares de experiências vivi,
As mais importantes lembrei,
Foram as vezes que te conheci

FALSIDADE

QUANTAS PROMESSAS FEITAS,QUANTAS...

PALAVRAS TERNAS,DOCES,CARINHOSAS,

PROMETESTE-ME UM JARDIM DE ROSAS,

AI TANTAS FOLHAS MORTAS,TANTAS...

 

TOLO CORAÇAO QUE AINDA LEVANTAS

DOS ESCOMBROS,ESPERANÇAS RADIOSAS...

PARA QUE? SAO FALSAS; MENTIROSAS,

AS PALAVRAS COM QUE ILUDES E ENCANTAS !

 

JA NAO TE LEMBRAS DAS JURAS QUE FIZES-TE,

DOS ABRAÇOS,DOS BEIJOS QUE ME DESTE,

VERDADES OU MENTIRAS? NAO IMPORTA !...

 

SINTO QUE TAMBEM JA TE ESQUECI,

E AGORA É COMO SE DE TI

ADEUS

DISSESTE-ME ADEUS E PARTIS-TE,

E AO PARTIRES

DEIXASTE-ME OS GESTOS SUSPENSOS NA

PONTA DOS DEDOS

DEIXASTE-ME AS PALAVRAS FECHADAS

NA VOZ DO SILENCIO

DEIXASTE-ME NA BOCA UM BEIJO ADIADO,

DEIXASTE-ME UMA PORTA FECHADA,

UMA FERIDA ABERTA

DEIXASTE-ME NO CORPO O FRIO DE DEZEMBRO,

E UM POEMA A ESPERA

DE UMA RIMA INCOMPLETA...

 

DISSESTE-ME ADEUS E PARTIS-TE,

E AO PARTIRES,

LEVASTE CONTIGO O ONTEM,O AGORA E O DEPOIS,

LEVASTE A ESPERANÇA,OS SONHOS,

O RISO,

Perda...

Perda....*

Tão rápida.Tão inusitada...

Que a perda se torna surpresa

Sem amenizar a dor que vem com certeza .

 

Calada em meio as brumas da noite 

Nos caminhos errantes de um  viver distante

Fico isolada vendo o partir inconstante 

 

Sem urgência, me levanto ...

Observo o horizonte adormecido

No qual, o Sol deveria ressurgir no calor do meu pranto.

 

Sem demora...Agora!

Que a perda já não é  surpresa

Entro na noite silenciosa...

Com o gosto amargo da minha tristeza.

Pages