IDEALISMO DIALÉTICO
Autor: Jamila Mafra on Friday, 4 January 2013
Onde Eu Morava.
Cordel.
Guel Brasil.
No terreiro uma paiada
Onde o gado ruminava,
A palma que engolia;
E onde papai descansava,
A súplica profunda dos seus olhos,
Denuncia a tua fraqueza interior,
Seu olhar frio e sem ternura irrompe...
As barreiras da bondade.
No âmago dos seus pensamentos,
Há um mosaico de emoções desencontradas,
Fervilhando ardorosamente,
A ponto de submergir nas angústias.
Medos e objeções,
Fazem parte deste rogo,
Um verdadeiro calvário,
A marcar ferozmente a alma.
O passado cura
Mas, muitas vezes entristece
Quando faz lembrar uma altura
Com alguém que não se esquece
Alguém que nos deixou
Sem dizer qual a razão
A nossa vida marcou
Seja no passado ou não
Por muitas vidas passei
E muitos romances vivi,
Mas, amar nunca amei,
Como te amo a ti
Muitos personagens encarnei,
Milhares de experiências vivi,
As mais importantes lembrei,
Foram as vezes que te conheci
QUANTAS PROMESSAS FEITAS,QUANTAS...
PALAVRAS TERNAS,DOCES,CARINHOSAS,
PROMETESTE-ME UM JARDIM DE ROSAS,
AI TANTAS FOLHAS MORTAS,TANTAS...
TOLO CORAÇAO QUE AINDA LEVANTAS
DOS ESCOMBROS,ESPERANÇAS RADIOSAS...
PARA QUE? SAO FALSAS; MENTIROSAS,
AS PALAVRAS COM QUE ILUDES E ENCANTAS !
JA NAO TE LEMBRAS DAS JURAS QUE FIZES-TE,
DOS ABRAÇOS,DOS BEIJOS QUE ME DESTE,
VERDADES OU MENTIRAS? NAO IMPORTA !...
SINTO QUE TAMBEM JA TE ESQUECI,
E AGORA É COMO SE DE TI
DISSESTE-ME ADEUS E PARTIS-TE,
E AO PARTIRES
DEIXASTE-ME OS GESTOS SUSPENSOS NA
PONTA DOS DEDOS
DEIXASTE-ME AS PALAVRAS FECHADAS
NA VOZ DO SILENCIO
DEIXASTE-ME NA BOCA UM BEIJO ADIADO,
DEIXASTE-ME UMA PORTA FECHADA,
UMA FERIDA ABERTA
DEIXASTE-ME NO CORPO O FRIO DE DEZEMBRO,
E UM POEMA A ESPERA
DE UMA RIMA INCOMPLETA...
DISSESTE-ME ADEUS E PARTIS-TE,
E AO PARTIRES,
LEVASTE CONTIGO O ONTEM,O AGORA E O DEPOIS,
LEVASTE A ESPERANÇA,OS SONHOS,
O RISO,
Perda....*
Tão rápida.Tão inusitada...
Que a perda se torna surpresa
Sem amenizar a dor que vem com certeza .
Calada em meio as brumas da noite
Nos caminhos errantes de um viver distante
Fico isolada vendo o partir inconstante
Sem urgência, me levanto ...
Observo o horizonte adormecido
No qual, o Sol deveria ressurgir no calor do meu pranto.
Sem demora...Agora!
Que a perda já não é surpresa
Entro na noite silenciosa...
Com o gosto amargo da minha tristeza.