REVIVER

REVIVER

Pousei os olhos naquela foto amarelecida,
sem o ansioso filtro da inocência.
O tempo derrubou as promessas de juras,
escombros de ardor, descoloridas ternuras.
O relógio da vida mirrou a flor que jaz esquecida
na carta de amor que me marcou na adolescência.

Os anos galgaram as sombras esconjuradas,
debutando algumas rugas, nas faces resignadas.

Lamento do Entardecer

LAMENTO DO ENTARDECER

Uma lágrima escorre por dentro

Lavando a amargura de todas as ausências.

Do Amor, do prazer, da alegria.

Da falta de uma vida inteira.

Este modo de esmorecer lentamente

Tem a medida dos silêncios Das falsas tranquilidades Dos bons comportamentos

Do enganador verniz brilhante.

Apagam-se as luzes da ribalta. Perdem-se as cores.

Ficam as memórias a preto e branco, e alguns entusiasmos intermitentes.

Há um frio gélido nas mãos

Um brilho de água nos olhos

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