brandura
Autor: Emanuel Mourão on Tuesday, 11 April 2017benévola brandura,
breve brincadeira,
bafeja brancura,
briosa bonequeira.
bem, bendito,
brincando,
buscas beijos, beijando,
bonito!
benévola brandura,
breve brincadeira,
bafeja brancura,
briosa bonequeira.
bem, bendito,
brincando,
buscas beijos, beijando,
bonito!
ardilosa ansiedade,
assusta-me, assim, amedrontando-me,
algo acorrenta-me,aliás, aleatoriedade,
acomete-me a anormal ânsia, acostumando-me,
aqui, aonde aparece,arbitrariedade,
aniquiladora,assedia-me, aleijando-me!
O tempo tira-me a vitalidade
Consome todos os dias, as noites
Rouba-me descaradamente os sonhos
Clareia-me os cabelos, dá-me rugas
Apesar de tantas pedras de fragas
Apesar de tantos espinhos
Apesar de tanta lama no caminho
Apesar do vento frio na cara
Apesar de tantas dificuldades
Apesar de tantas horas amargas
Apesar de tantas noites escuras
Apesar de tantas dores sentidas
Apesar de tanta ansiedade do nada
Apesar de tantas névoas no amanhecer
Apesar das presses feitas em silêncio
A solidão fez-me uma festa
Vestiu-me de fúnebres flores
De uma mortalha perfumada
Memória dos meus amores.
Nem uma lágrima resquício
Nas rezas das pobres carpideiras
Num pranto tão compassado
Não restou nada, nem a saudade.
Da dor do que outrora fui
Morrer, só por si, é ridículo
Ou talvez seja uma piada
Afinal morrer é uma dura ou suave.
Transgressão que não tem graça
Morrer é um exagero, mas quem sabe
Por isso não se apegue às coisas inúteis
Ame e perdoe sempre com firmeza.
Poema prevalecente,
De modo algum foi escrito.
Sublime transcendente,
Tão-somente sentido.
Poesia intangível,
Dissimulada impercetível.
De um olhar distituído,
Seguramente invisível.
Poeta alienado,
Alucinado na fantasia.
Por ter considerado,
A verdade na mentira.
Desenvolvi possibilidades,
Uma vez reconhecidas.
Assertivamente trabalhadas,
Racionalmente lógico.
Transformando-me nestas quadras.
Espelho-me num acróstico.
A minha cama é de plumas brancas
Na ardósia da serra branca de neve
O vento rasga-nos a alma lá em cima
Trememos de medo, de frio, só se ouve
O assobio do vento ou será o uivo do lobo
Perdidos nas fragas do nosso tormento
Apaga-nos o medo, a solidão, o cansaço
E as nossas noites tornam-se longas
Nas memórias que nos assaltam a mente
Rosas que se deixam morrer no jardim
Que se desfolham no vento caídas no chão
Das noites de tempestades já tão nossas.
Há amores que ficam para sempre no peito
Há momentos que morrem no esquecimento
Há sentimentos que guardamos no pensamento
Há mágoas que se calam, outras que gritam
Há olhares que ficam e dá vontade de abraçar
Há dores que passam que desaparecem na areia
Há magia no por do sol e na sua contemplação
Há beijos que são beijados com os olhos da mente
Há uma louca imaginação quando os lábios se tocam
Há felicidade que aparece para aqueles que amam
Há sempre alguém que te faz sorrir lindamente
Quero-te… por um instante aqui.
Um beijo, um efémero abraço.
Embriagar-me no desejo, no enlaço,
Refundir-me para dentro de ti…
Sulcos na tua pele perfumada
De uma lágrima caída que nos afoga
- Onde supomo-nos sós e ignorados
Nas memórias das palavras já apagadas
- Adormecidas estão já as noites
Quando tu dizes que me amas
- E eu acredito no teu amor
Morreria se não tu acordasses
- Dentro do meu coração, da minha alma
Onde percorres-me o corpo com sede
- E morres nas palavras dos meus passos
Onde seremos uma promessa
- Talvez antes e depois de nós
Nos sulcos da pele de uma lágrima caída de felicidade.