Aforismo

todas as palavras

Que faremos quando se escreverem todas as palavras, se extinguirem os mundos?

Que inventemos novas vidas!

Faremos como fizeram os que nos antecederam?

Quando o deixarem!

Se as vontades forem devidas:

Escreverem,

Todas e tantas palavras,

As mesmas,de sentidos tão ou mais fecundos:

Palavras!

Se assim o entenderem,

Extinguirem!

Os pontos, vírgulas- pausas que sempre encantaram!

Mundos!

 

Que palavras,

Nos antecederam?

Sentidos fecundos!

Sempre encantaram?

só ego!

Nascemos, criação, apenas para enchermos o ego  ou para sermos simples rima?

 

Nascemos para desassossego!

Criação?

Apenas num fôlego,

Para sermos afirmação!

Enchermos!

O verso fica simples:

Ego,

Ou própria estima?

Para uns no coração,

Sermos

Simples:

Rima!

 

Nascemos criação?

Apenas num desassossego!

Enchermos,

Num fôlego:

Sermos afirmação!

Simples:

Ego,

Ou estima?

Sermos coração,

Simples rima!

 

só num traço

Mesmo  diferentes, sei que sol e lua foram riscados num só traço!

 

Mesmo, riscos sem embaraço!

Diferentes?

Sei, como seres criados!

Sol de tons quentes,

E o espaço que sobra em escuridão!

Lua, astro de mares e leitos amamentados,

Foram feitos inteligentes:

Riscados!

Num momento de luz sem o baço,

Só os dois, lá, alto, sem suplentes nem solidão!

Traço!

 

Mesmo diferentes!

Criados:

sem embaraço!

O espaço em escuridão,

Leitos amamentados!

Sem baço

gritos de guerra

Porque será  uns paises  gritarem guerra, enquanto outros sussurram paz e liberdade?

 

Porque a história repete-se, sem novidade!

Será o mal desta lamacenta terra?

Uns a destruirem:

Países sem encanto!

Gritarem:

Guerra!

Enquanto?

Outros protestam!

Sussurram:

Paz!

E se for capaz:

Liberdade!

 

Porque sem novidade,

A história repete-se nesta lamacenta terra!

Uns a gritarem:

Guerra!

Protestam!

Países sem encanto!

Outros sussurram,

poder

Poderá o fim do caminho mostrar todas as voltas e obstáculos ultrapassados?

 

Poderá não chegar!

O futuro não é adivinho?

Fim, meio, começo já marcados!

Do presente: rimas soltas!

Caminho?

Mostrar!

Todas as revoltas,

As rimas de versos irritados!

Voltas,

E corrupios:

Obstáculos, desalinho e desvios!

Ultrapassados.

 

Poderá chegar?

O fim não adivinho!

O futuro, fim, meio já marcados!

Desalinho!

Todas as revoltas são rimas soltas?

Caminho!

Ficaremos felizes!

Ficaremos afinal um dia felizes com os pequenos prazeres da dura vida?

 

Ficaremos!

Afinal a vida é merecida?

Um caminho com os seus afazeres!

Dia, que se faz semana e ano: perdura!

Felizes em qualquer investida!

Com sentido dos deveres,

Pequenos, assim continuaremos?

Prazeres!

Da história de cada um,

Dura!

Vida!?

 

Afinal ficaremos?

Continuaremos!

Um caminho que perdura,

A vida merecida!

Dura!

Investida!?

Com os seus afazeres:

Deveres!

distraído!

Parecerá uma distracção, quando um olhar cansado, repousa enfim, noutro corpo deitado?

 

Parecerá uma onda de mar?

Uma forte sensação:

Distracção?

Quando atinge-nos assim?

Um jeito engraçado!

Olhar!

Cansado?

Repousa sem razão,

Enfim!?

Noutro mergulho sem ar,

Corpo molhado!

Deitado.

 

Parecerá distracção?

Uma onda de mar,

Um olhar cansado?

Jeito assim!

Corpo sem ar?

Repousa molhado,

Enfim!

Noutro deitado!

praça de gente

É em multidão que a festa na minha terra  sempre se faz?

É uma praça cheia de gente,

Em jeito de tradição!

Multidão,

Que todos querem uma noite diferente!

A comida é tradicional e  também a bebida está presente:

Festa!

Na praça central,

Minha,

Terra que na praia se aninha,

Sempre num tapete de areia,

Se mantém de dia bem quente,

Faz a alegria das gentes da aldeia!

 

É uma praça de gente,

Se faz tradição!

Noite diferente:

a multidão!

Na festa!

toda

Haverá alguém capaz de compilar toda uma língua num só verbo: escrever?

Haverá, senão ninguém?

Alguém, assim o faz!

Capaz?

De um modo atrevido de ser:

Compilar!

Toda a forma de falar,

Uma e nenhuma essência:

Língua da existência,

Num mundo a correr!

Só alguns estão àquem!

Verbo: a passar,

Escrever!

 

Haverá ninguém?

De ser alguém?

Assim capaz?

Ser?

Toda a forma o faz!

Compilar,

Falar!

Uma existência,

Língua da essência:

memória!

Poderemos viver esta vida apenas de memórias escritas em papel sem autor?

 

Poderemos encontrar toda a sua dor?

Viver?

Esta série de histórias!

Vida!

Apenas, à pele sentida escrever,

De palavras sem pudor!

Memórias?

Escritas de forma redimida,

Em jeito de passadas glórias?

Papel incolor,

Sem margens nem dedicatórias

Autor?

 

Poderemos escrever?

Esta vida?

Apenas memórias,

Dor,

De histórias?

Sem pudor:

Glórias?

Em jeito redimida:

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