Amor

Gatilho

 

Encontrar-te na fotografia
que deveria ser da nossa reunião…

Mas quando me lembro da tua
ausência,
da tua mão perdida nos contornos
da verdade,
meus olhos recuperam a sanidade
da loucura de te ter amado.

E nesta distância gritante,
nesta força incessante que me
obrigo a recriar,
sou fogo que ficou por apagar,
sou asa do voo por animar,
que na terra protegida sob o luar
permitiu a canção final,
o maior gesto puro e leal.

Leonardo Camargo Ferreira

 

A Paixão

Paixão não serve!

Paixão é fogo de artifício:

Explode!

Luz, som, brilho, beleza, cor…

Fumaça!
 

Paixão é artifício.

É superfície, planície…

É fogo que inflama os sentidos,

Queima a razão,

Chamusca o coração,

E deixa a dor.

 

Paixão não serve!

É mais do que encanto inicial,

O encanto que faísca os olhos

E provoca o incêndio

Que acende o coração.

 

Quando o coração acende,

A paixão não serve.

Ou nasce o amor,

Ou nada acontece.

Pensamento Fluido

Tenho tentado ser eu,

Fazer o certo,

Ser mais do que aquilo que, por vezes, consigo ou posso ser.

Pertenço a alguém que não me conhece,

Mas continuo a dormir na minha cama.

Não penso ter a pessoa certa para mim,

Porém,

Tenho a certeza que ninguém mais será melhor para ti,

Do que eu.

Pertenço unicamente a mim,

E tu nem imaginas o quanto me pertences,

É algo que precisas sem perceber que necessitas,

Eu.

Estaria agora do teu lado se um dia me olhasses,

E me visses. 

Abraço pálido

E mais um lânguido sorriso

Desabrocha de suas faces

Murchas. Seu olhar exprime

A ânsia de sentimentos

Vorazes que perpetuam

Sua alma.

 

A chama da vela

De mais uma noite fria,

Faz brotar de teu olhar

uma lágrima,

De saudade dos velhos

tempos que não voltam mais.

 

A noite fria é sua única

companhia.

Porem seu sorriso novamente

desabrocha, no abraço

pálido do seu amado

que veio busca-la.

 

Sthefanny Milany (Ster Millany)

 

 

Fotografia (25-06-2013)

Revi-te numa fotografia
A preto e branco desmaiado –
Vi-te – e senti nostalgia:
Quem me dera poder ter-te tocado

Bem sei que fisicamente não estás,
Que nunca, jamais, seremos contemporâneos
Mas o cemitério onde o teu corpo jaz
Traz-me flashbacks instantâneos

E eu sei que contigo posso estar
Quando, em segredo, te chamar,
Quando um dia me sentir só, não deste mundo

Basta olhar-te nos teus olhos ternos
Que, nos meus, eles serão serenos –
E ter-te-ei a cada olhar, a cada segundo…

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