Para Ti... que eu escrevi
os primeiros versos, desfolhei
páginas em branco de um velho caderno
Ele se tornou um diário, tantas vezes
dia após dia eu comecei a escrever
a traduzir os sentimentos
Deixando fluir, em palavras, expressões
adjetivei teu ser feminino
Para ti criei todas as palavras
gravei nos anais da eternidade
as sensações... os desejos e os delírios
Dei ainda voz as fantasias
aos pensamentos, aos desejos não realizados
aqueles vivenciados até do fim
Atentes do nosso rompimento

Ao colocar as mãos
seja proativo, deslize sobre o corpo
em sua incrível silhueta
Faça arte, explore, certifique-se
e tenha em mente
Que o mais importante
esta nas profundezas
num coração pulsante
Sem deixar marcas dolorosas
deixe entalhado saudades
e toda a simplicidade
num momento cúmplice
e envolvente
(DiCello, 07/10/2020)

Ela é jovem
em seus tenros dezenove
Seus cabelos negros
lindamente cacheados
Beleza fresca de menina
uma mulher em transformação
Seios frescos, parecem pêssegos
bem desenhados, esculpidos
Curvas, nas quais viajei
deixando minhas pupilas
percorrerem pela ousadia
Transcendo, crio fantasias
a flor da pele
Linda morena, essência divina
tem um perfume
cheiro de loucura ímpar
Atiça a minha libido
me inspira a poetizar
(DiCello, 08/10/2020)

Brindo a ela, nestes primeiros dias de outubro
Anno Domini 2020, numa transição entre a pandemia
e os novos tempos que abre os caminhos
Foi premiada, por sua unicidade, inconfundível voz
a mais poética forma de expressar,
que a beleza austera, as dores, as cores
torna universal a existência individual
Seu talento, sensibilidade... nestes cento e vinte anos
apenas dezesseis mulheres, cinquenta poetas
foram laureados em literatas poesias
forma sublime de expressar
Dedico a Louise Glück, que nos representa hoje

Atiçam o meu imaginário
os segredos revelados os quais trocamos
conversamos em nossos encontros, os mais secretos
os mais vorazes e promíscuos, naquelas fantasias
As vezes que nos encontramos, gravei
registrei em versos e rimas, nas poesias
quase posso , consigo tocar
Leia-me... pois antes eu li você
traduzi-te em versos, nas rimas insanas
Meu corpo e a minh’alma arrepiam
se excitam com desejos
E, todos os delírios inflamam
atiçando meu ser fugaz
Vorazmente te quero em mim

Hoje vou me permitir perder o juízo
já fiz muito, ultrapassei limites, transcendi
mas é bom sempre avisar, para não se tornar
algo repetitivo... hoje vou me permitir ter você
A abrir os botões da tua blusa
o ziper da tua saia de couro
Tirar seu sutiã... a calcinha...
As meias negras e os espartilhos
E assim, tua mansidão beijar
Teus seios pontiagudos, me atiçam
me deixam completamente louco
À tua pele nua junto a minha
eu quero simplesmente me fundir
Deixando os corpos suados, num desejo

Por quê me olhas assim?
Sabes que não vivo em paz?
Minha mente vive em profunda turbulência.
Quando me olhas, apenas eleva este ais.

Por muitas vezes me olhaste de relance
e pensas que não percebo;
também te olho, transcendendo os meus desejos.

Em suma, não venci os meus anseios
e em teus seios desabafei todos os meus medos,
mas, receoso de que fosses assustar-te,
alguns detalhes, omiti subsequente.

Semeie boa semente
Quero, desejo ouvir
Careço que seja clemente
Deseje-me sorte, um bom porvir.

Nereide

Tudo passa:
O vento, o tempo, eu...
Vou passando!
Nereide

Há um vazio
*********
Em mim há um vazio
Enorme perene
Me toca----uma sirene
Chama queimando o pavio.

Vazio que dói, e choro
Embora gritante ninguém ouve
Piedade? imagine... não ouse
Olhar atento imploro.

É tanta merda que eu escuto...
e não posso tapar os ouvidos.
Grito de ódio por dentro,
parece estar me corroendo.

Por que é tudo tão triste?
Por que é tão sofrido assim?
Eu não quero isso...
Eu não quero nada disso para mim!

Queria olhar pela janela, e ver somente a densa neblina,
A manhã fria e cinza, carregando gotas da chuva fria.
Assim, ficaria em casa,
sem precisar encarar mais um dia.