Intervenção

Poema a favor do Confinamento COVID

 

Não importa se vives sozinho

Com família, amiga ou amigo

Não importa se bebes vinho

Se estás bem ou mal contigo

E não saias por aí a bater asa

Respeita dos outros a vontade

De ter saúde e vida de qualidade

Importa é que fiques em casa!

 

Não importa a idade que tens

Com quem ou para onde vais

DANDO PALA

 

 

 

se inverto a ordem

invento a desordem

calo minha boca

mas não me cala a palavra

esta que não fere

mas que demora a sair

para fora da órbita

de seu próprio som

palavra que nomeia

que subtrai o concreto

do abstrato

que não se abafa

gestual e onomatopeica

que diz e contradiz

o cenário

que arranca as raízes

e o caule de seu totem

que não mede esforços

para se justificar

e se a situação exigir

também não se explica

TODO O TEMPO DO MUNDO

-Em segundos
o dragão cessará de amedontrar
as crianças no crepúsculo
-Em segundos
a competição premiará
o perdedor humilhado
-Em segundos
o príncipe desposará
a aldeã do vilarejo
-Em segundos
o crime não compensará
o lucro extorsivo do explorador
-Em segundos
as cores do mundo visível
denunciarão uma dimensão oculta
-Em segundos
o relógio indicará um instante
para se amar sob o sol lancinante
-Em segundos
a oração do crente

Paraíso

Vejo um extenso deserto em flores.

A certeza de novas alianças, combatendo o abnormal.

Um paraíso de vidas indolores, 

A humildade comum, a todos será normal.

 

 

 

Mesmo agora, ensinemos os pequeninos, do seu interior sempre amar

Presenciaremos toda a integridade em sua personalidade,

corpo negro

                        Corpo Negro

 

Sai do cosmos em panteão de radiação de um corpo negro

Sem virtudes sem vícios sem maniqueísmos, não é Aspásia em virtudes Homéricas

Muito menos a devassa imperatriz Messalina sem juízo em palácios romanos

Não é cor de paredes de palácios interiores, não é cor de parede aplicada em dupla mão em palácios exteriores é pele herdade de fina pele em útero é cor de homem em pleno corpo

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