Tristeza
Alcóolatra
Autor: Reirazinho on Sunday, 25 September 2022Anjo Caído
Autor: Reirazinho on Wednesday, 14 September 2022Sou um vulto impercebível, e
Pairo nas sombras de outrem.
Sinto-me preso e escondido.
Um demônio bifurcado por existir.
Observo a humanidade e as peripécias.
Meus órgãos são pisoteados por eles,
Justo eles, os vermes de Nietzsche.
Tanta tristeza nas minhas asas,
Tais asas ruflam para baixo.
De Lúcifer a mim, temos a abrupta decadência.
Sou o arcanjo do esgoto, o núcleo
Do obscuro é o meu júbilo afagante.
Deserto
Autor: Reirazinho on Thursday, 18 August 2022No peito está só o pó,
Apenas areando a dor a Jó.
O grão pálido ao mesmo tempo
Quente.
Estou por dentro cremando
A minha mente
Se ao pó retornará o homem,
Ignoro: retornei há tempos e
sozinho.
Desolado no meu deserto
O vento já não há e a chuva
Secou-se para sempre
Nostalgia morta
Autor: Reirazinho on Saturday, 13 August 2022A nostalgia é uma mentira
Adornamos de boas lembranças
Só que no interior há o caos
Memórias são em tom de arco-íris
Pinceladas pela falta da lívida cor
Recordamos de um filme sem o final
O roteiro é quebrado e o diretor sumiu
Uma límpida tristeza é lembrar
Detesto o que já foi e o que virá
Sinto-me preso em um torreão
Escuro, gélido e sem soldados
E o ataque ao fronte é a nostalgia
Minha infância abaixo dos laranjais
vento do leste
Autor: Sílvio Alves on Monday, 8 August 2022Lágrimas de chumbo, em caras inocentes.
A orquestra de fundo é uma bomba viva,
Corre sangue quente em todas as frentes
E não se vislumbra uma pomba activa.
Impera a loucura em todas as mentes,
A orquestra de fundo é uma bomba viva.
Vento do Leste, transporta loucuras
E os braços de Deus, não abraçam ninguém.
Em discursos vãos, apenas vês juras
De apostar em armas e nada as detém,
Nem mesmo o choro das crianças puras.
E os braços de Deus, não abraçam ninguém.
A lua que se apaga
Autor: Reirazinho on Sunday, 7 August 2022Entre a lua, o céu
Nadou no mar
E na terra afundou
Teu brilho alunar
O sol se queimou
Pôs a lua a deitar
Jazida sozinha...
Na madrugada
A tentar sonhar
Ao onírico pesadelo
Esta é a história dela
Por analogia é natural
A obsessão tão vil,
Uma história tão brutal
Da lua que ele enterra
Cansaço
Autor: Reirazinho on Monday, 1 August 2022Estou cansado, mas espere
Não de mim, mas da tristeza.
O subterfúgio que fenece
A amálgama da beleza.
Sou grato por tentar sorrir,
Bater meus pés na terra...
Só que lá os grãos infectam,
E brota uma lágrima e outra...
Penso ‘’nuvens devem ser’’,
Mas a chuva é interna,
O tempo é ruim de se ter
Quando ela parece eterna.
Suicídio
Autor: Reirazinho on Sunday, 26 June 2022Deixo a carta para ninguém.
Enforquei-me com estrelas.
O ar imbuído de cinzas,
Das nuvens desce a corda
Perscrutando meu braço.
O tecido da realidade rasga,
Francamente… recortado.
Membros bailando o vento:
A pictórica imagem do fim.
Os pássaros depenaram,
O horizonte agora estreito,
Meu voo já não é nu
E a vida espremida ao peito.
Bom senso
Autor: Reirazinho on Saturday, 25 June 2022Vomitarei as regras do bom senso
Na descarga das normas vigentes
Todos sabem o que é e como ser
Mas ninguém ensina a azia de ter;
A ideia paira no ar, é toda abstrata
Só que ao chegar o diferente
Todos se sufocam com sua ambiguidade
Se a intuição dela rege como devo agir
Por que as tonturas causadas por eles
Nauseiam os limites do meu ir e vir?
Pouco importa o que ensinam
Se as paredes da realidade quebram